Postado 10 de fevereiro de 2022 em Você Sabia? por GrandeAdega
Conheça como começou o costume de bater as taças, suposições e tipos de brindes espalhados pelo mundo. Clique e confira!
“Qualquer brinde alegre que a Dinamarca hoje levantar, quero que o canhão o repita para as nuvens e que o eco do céu, despertado pelas libações do rei, responda aos trovões da terra.”
Shakespeare, 1599 (A tragédia de Hamlet, príncipe da Dinamarca)
Antes mesmo do ato de brindar ser apenas uma tradição para homenagear alguém ou comemorar uma conquista, os romanos o faziam como forma de evitar o envenenamento (ou, pelo menos, acredita-se que sim). A ideia era que o brinde selasse o fim de conflitos, fazendo com que o vencedor desse o primeiro gole da bebida para provar que não envenenaria o adversário. Então, todos batiam as taças, derramando o líquido nas outras taças durante o brinde. Os romanos também acreditavam que ao fazer o famoso “tim-tim” o veneno poderia descer para o fundo do recipiente.
A verdade é que não é possível saber, com exatidão, se os romanos foram os inventores da tradição. Enquanto o Império Romano era conhecido por sua sagacidade e estratégias de guerra – o que explica o brindar ser uma forma de “evitar” um envenenamento para eles –, os gregos, conhecidos pela sabedoria e democracia, erguiam suas taças como uma oferenda simbólica aos deuses, como forma de proteção. Inclusive, é da mitologia grega que vem o Dionísio, deus do vinho: em uma das versões que explica a origem da tradição, o deus grego iniciou a prática de fazer som para que o degustar do vinho fosse uma experiência sensorial completa. Até então, a audição era o único sentido que faltava.
Outra teoria era a de que era necessário bater os copos em uma época em que seu material era metal ou vidro fosco, então não era possível dizer com precisão a quantidade de vinho servido para cada pessoa. Dessa forma, bater as taças era um gesto de educação, pois ele diria se todos estavam servidos igualmente.
O brindar só foi se popularizar no século XVI, entretanto, quando o gesto se espalhou na Inglaterra e virou moda entre a aristocracia de Londres. Eles costumavam colocar uma pequena torrada em um cálice para dar-lhe sabor de vinho – é por isso que brinde, em inglês, se diz “toast”. Quando se dedicava um brinde à saúde de alguém, era obrigatório beber até que a bebida se esgotasse até a torrada.
Enquanto no Brasil e Portugal se diz “saúde”, ou “tim-tim”, em ocasiões mais informais, outros países fazem uso de palavras um pouco diferentes. Na Suécia, Dinamarca e Noruega, por exemplo, deve-se dizer Skäl (a pronúncia é “skol”), que significa “caveira”. A origem vem dos vikings, que consideravam viril beber cerveja nos crânios esvaziados dos seus inimigos como se fossem uma caneca.
Semelhante aos falantes da Língua Portuguesa que pronunciam “saúde” ao bater as taças, na Espanha se diz “salud”, assim como na França é “santé” ou “salut”, e na Itália “salute”. Todos querem dizer a mesma coisa: te desejo muita saúde! Em inglês, se diz “cheers”, desejando felicidade ao próximo. Na Alemanha se deseja o mesmo, só que falando “prost!”, e também na Rússia: “Zdorov!”. Em Israel, se diz I’chayim, que significa “à vida”.
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