Postado 7 de outubro de 2021 em Você Sabia? por GrandeAdega
Conheça as principais características do material e saiba por que as rolhas de vinhos são de cortiça!
A cortiça é um produto de muitos predicados e, por isso mesmo, uma opção magnífica para dar forma as rolhas que vedam os vinhos há séculos. Entre suas qualidades, ela é leve, impermeável, elástica, isolante térmico e acústico, muito resistente ao atrito, inodora e insípida.
Mas até chegar ao vinho, o processo é longo e trabalhoso. Ela origina-se da casca da árvore sobreiro, cientificamente chamada Quercus Suber L. Existem vestígios da utilização desse material natural pelos povos antigos do Egito e na civilização romana, por exemplo, mas o emprego em nível pré-industrial remete aos finais do século XVII. Portugal, Espanha, Itália, França, Marrocos, Tunísia e Argélia são os maiores países produtores, sendo que o primeiro é responsável por algo em torno de 49% da produção mundial, segundo a Associação Portuguesa da Cortiça.
Sobreiro: a árvore da cortiça
O sobreiro é típico do clima mediterrâneo e encontrou em Portugal seu habitat ideal. Faz parte da herança natural, ecológica e econômica do país europeu, sendo que cada árvore vive entre 170 e 200 anos.
A primeira retirada se faz entre os 25 e 30 anos de crescimento da espécie, quando o tronco tem cerca de 70 centímetros de perímetro. Imediatamente depois da retirada, devido ao fato de ser uma árvore muito resistente, o sobreiro inicia um processo complexo de regeneração que irá dar origem à camada seguinte de cortiça. A próxima extração deve obedecer ao intervalo mínimo de 9 anos e sempre acontecer nos meses quentes do verão.
Atualmente existem várias opções de vedação para os vinhos, sendo que a cortiça maciça é, geralmente, reservada para os exemplares mais sofisticados; quanto mais longa, larga e elástica, melhor a qualidade. Nestes casos, as garrafas devem ser armazenadas na horizontal, pois é necessário que o líquido fique em contato com a rolha evitando, assim, que ela resseque, quebre e, consequentemente, o vinho oxide.
Em longo prazo, a cortiça permite o amadurecimento do vinho em garrafa, que irá resultar no famoso buquê da bebida. Existem muitos processos químicos que acontecem nestas condições, mesmo com baixíssima quantidade de oxigênio. Essas “reações” fazem com que o vinho evolua de forma correta e obtenha aromas e sabores mais sofisticados.
As rolhas de cortiça são as mais indicadas para os chamados vinhos de guarda porque permitem uma perfeita vedação, mesmo que o vidro se dilate ou se contraia, algo que pode acontecer com as mudanças de temperatura do ambiente.
Curiosidades (*fonte Associação Portuguesa da Cortiça – APCOR)